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  "e lá vem ela. não é aquele tipo de escultura perfeita e cheia de curvas definidas. mas tem lá suas curvas. curvas e um turbilhão de detalhes que preenchem qualquer vazio de qualquer vida, porque ela se adapta fácil. ela ama fácil. de cabelo solto, de cabelo preso. de dedo comprido, braços também. ela não tem os olhos claros, não tem um estoque de historias de amor pra contar. nem que durou, nem que ficou. porque o único ficar que ela consegue é o ficar ‘pra sempre’. e o ‘pra sempre’ dela não é o ‘pra sempre’ de ficar até que a morte separe não. o pra sempre dela é ser inteira. em tudo. até quando der. até quando não der mais. ela  é uma pessoa interiormente bonita. e disso eu posso falar. porque é o que vale, é o que conta. pra ela é. ela conta tudo que sente e tudo que não deveria sentir porque ela sabe mais do que ninguém o quanto é ruim sentir errado. ela não pode ser enfrentada. ela é frágil. ela não se polpa na defesa. ela é forte. e falta tanta coisa pra ela ainda. e ela tem tanta coisa que falta em tanta gente também.quando era pivete ela cantava. ganhava. ela descobria plurais e sinônimos e o que vinha antes de P e B e ela adorava aquilo tudo como adora sapatilhas e violões hoje . ela muda. muda cabelo. muda turnos. cursos e gostos, pessoas mudam e situações mudam . o mundo ver ela estranha e diferente e boba e interessante e porções de opiniões que confundem ela é ela e acaba ficando sem perfil, sem nota, sem registro certo. mas ela tem uma família linda, tem um violão. ela não estuda medicina. ela tem lá suas formações e um currículo bacana. ela não usa as melhores marcas e nem sai para os melhores lugares. ela só conhece as melhores pessoas. ela é sortuda.
ela só tem dezessete e ainda não sabe o que fazer da vida. ela não é uma sem noção, ela só é indecisa. ela decide rápido. ela sabe dizer sim ou não. uma loucura entender ela.(quase impossivel, eu diria) mas ela acha que ninguém precisa entender ninguém, porque ser assim é normal e cada um tem o seu motivo. não machuque ela. ela é compreensiva. não minta pra ela. ela não esquece. ela alicia o medo e tenta mesmo assim. o que for. tenta. porque tentar pra ela já é um começo e ela adora começos. e odeia fins. e já tentaram mudar ela.